O CINEMA DE SAMUEL BECKETT
por Isabel Cavalcanti
Premio Nobel de Literatura de 1969, Samuel Beckett (1906-1989) permanece desafiando a cena artística do século XXI. Sua obra extensa e variada – composta de peças teatrais, radiofônicas e televisivas, novelas, romances, poemas, ensaios, traduções e um roteiro para cinema – denota uma investigação artística em diferentes gêneros e meios de expressão.
Interessado e estudioso constante da linguagem cinematográfica, escreveu uma carta para Eisenstein, em 1936, solicitando ser seu assistente. Em 1965, escreveu um roteiro para cinema, intitulado FILM, dirigido por Alan Schneider e protagonizado por Buster Keaton. Film é basedo no principio do filósofo irlandês Berckeley, “Ser é ser Percebido” , e conta com um personagem dividido em dois: O, o objeto representado por Keaton, e E, a propria camera.
Esta oficina analisa FILM a partir de diversas perspectivas e investiga o dialogo entre a obra de Beckett, as questões da percepção que esta obra sugere, e seu unico roteiro para cinema. No mundo em que vivemos (em constante descontrução e choque de valores e conceitos), Beckett se revela como um dos grandes poetas da atualidade.