Personagem ou Estória?

Os segredos de se contar uma estória cinematograficamente vivem dentro de todos nós. Afinal, foram estórias que formataram a história com H como a conhecemos e entender como contá-las é aprender a identificar as necessidades da personagem que, como cada um de nós, convive com provações, aliados e inimigos — internos e externos — a vida inteira.

Desenvolver uma ideia para o Cinema é entender que ela é a ponta do iceberg.               

É a escritura das etapas que antecedem a forma final de um roteiro que dará o desenho apropriado da estrutura narrativa mais adequada; a ordem da sequência de eventos que a compõe — sempre com a profunda colaboração da empatia, esse elemento universal da nossa espécie —, onde se vejam traços e pedaços que surpreendam a nós, os escritores, aos leitores e, se tudo der certo, ao fim e, ao público.

O Cinema produz memórias, logo, criar imagens é nossa função mais valiosa.

O mestre Alfred Hitchcock responde, em uma entrevista dada por ele a François Truffout, que só depois que a ação de cada sequência e sua função dramática e narrativa de avançar a estória estiverem evidentes, num roteiro que ele fosse filmar, é que ele então estudaria a eventual necessidade do diálogo.